domingo, 4 de dezembro de 2005
Os oceanos
Ao contrário do que o nome Terra sugere a maior parte da superfície do nosso planeta, cerca de 70%, está coberta por água. Esse grande volume de água recebe o nome genérico de oceano. O termo "oceano" provém de "Okeanos", palavra grega que significa "rio". Esse nome foi dado pelos antigos navegantes gregos à enorme corrente de água que eles observavam fluir para fora do Mediterrâneo, através do estreito de Gibraltar, e que sugeria ser um grande rio. Podemos definir oceano como sendo grandes áreas da crosta do nosso planeta que estão cobertas por água.

O fundo dos oceanos é formado por fina camada de basalto vulcânico solidificado que cobre a manta da Terra. A essa cobertura damos o nome de "costa oceânica". Os oceanos contém, aproximadamente, 94% do total da água existente no nosso planeta. A área total coberta pelos oceanos da Terra é de 361 milhões de quilômetros quadrados e seu volume é de 1370 milhões de quilômetros cúbicos. No cálculo desses valores não incluimos os mares que não estão conectados aos oceanos, tais como o mar Cáspio. Como sabemos, a água que forma os oceanos é salgada. A água doce líquida disponível na Terra corresponde praticamente à água subterrânea nela existente.
A água existente no nosso planeta distribui-se na atmosfera e na parte superficial da crosta até uma profundidade de aproximadamente 10 quilômetros abaixo da interface atmosfera/crosta, constituindo a hidrosfera. A hidrofera consiste em uma série de reservatórios de água como os oceanos, geleiras, rios, lagos, vapor de água atmosférica, água subterrânea e água retida nos seres vivos. O constante intercâmbio entre esses reservatórios compreende o que chamamos de ciclo de água ou ciclo hidrológico, movimentado pela energia solar. Esse é o processo mais importante da dinâmica externa da Terra.
Para que servem os oceanos?
São várias as funções desempenhadas pelos oceanos e uma das principais é a manutenção do equilíbrio térmico do nosso planeta, afetando diretamente seu clima e temperatura. A capacidade calorífica dos oceanos é muito importante para manter relativamente estável a temperatura da Terra. São os oceanos que moderam a temperatura do nosso planeta, absorvendo a radiação solar incidente sobre ele e armazenando-a como energia térmica. Em seguida, uma vez que o oceano é percorrido por várias correntes que estão sempre em movimento, essa energia térmica é distribuida por todo o planeta. É essa energia térmica que aquece a terra e o ar durante os frios meses do inverno e os esfriam nos meses quentes do verão. As correntes oceânicas desempenham um papel significante na transferência de calor no nosso planeta. Por exemplo, existem importantes correntes marítimas que levam o forte calor do equador terrestre na direção dos pólos. A "Corrente do Golfo" (Gulf Stream), uma das mais fortes correntes existentes, surge no Golfo do México e se desloca para o hemisfério norte. Ela passa pelo mar do Caribe, costa dos Estados Unidos e cruza o oceano Atlântico até atingir a Europa. A Corrente do Golfo transporta uma grande quantidade de calor para as regiões mais frias do hemisfério norte e, desse modo, contribui para a melhoria das condições climáticas na Europa. A água líquida também é responsável pela maior parte da erosão e desgaste das rochas dos continentes da Terra, um processo que é único no Sistema Solar hoje, embora ele possa ter ocorrido no planeta Marte em épocas bastante remotas.

Os oceanos da Terra
A International Hydrographic Organization (IHO) define que existem cinco oceanos no nosso planeta. Eles não são entidades fisicamente separadas. Ao contrário, todos os oceanos da Terra estão conectados uns aos outros. Podemos, portanto, considerar que o nosso planeta possui um único oceano, uma única estrutura global de água salgada interconectada ao longo de todo o planeta, a que damos o nome de "oceano mundial". Esse "oceano mundial" é subdividido em cinco regiões pelos continentes agora existentes na Terra.
A tabela abaixo mostra os oceanos do nosso planeta:
Observação: todos os valores dados acima são aproximados.
Surge um novo oceano: o Oceano do Sul Até o ano 2000 era reconhecida a existência de apenas quatro oceanos na Terra: Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico. No outono de 2000, a International Hydrographic Organization (IHO) delimitou um novo oceano, o oceano do Sul, que circunda o continente Antártico e se extende do litoral desse continente até 60 graus de latitude sul. A International Hydrographic Organization é formada somente por países que possuem contato com o mar. Dos seus 68 países membros, 28 responderam à enquete promovida pela IHO sobre se a região oceânica que circunda a Antártida deveria ou não ser considerada um oceano. Todos esses países, com exceção da Argentina, concordaram que ele deveria ser criado e ter um nome único. Dos países que responderam à consulta, 18 preferiram o nome "oceano do Sul" em vez de "oceano Antártico". Esse foi então o nome adotado. Quanto à escolha do limite do oceano do Sul, metade dos países que responderam à consulta do IHO queriam que ele fosse até 60o de latitude sul. Sete outros países queriam que o limite mais ao norte desse novo oceano fosse até 50o de latitude sul. Como a latitude de 50o sul passa pelo território da América do Sul, enquanto que 60o de latitude sul não corta nenhum continente, a IHO decidiu, mesmo com o apoio de apenas 50% dos membros que responderam à consulta, considerar que o limite mais ao norte do oceano do Sul é a latitude de 60o sul. Essa latitude também é o limite do Tratado da Antártida firmado pelas Nações Unidas. No ano 2000 foi publicada a terceira edição do "Limits of Oceans and Seas (S-23)", livro que é a maior autoridade global sobre os nomes e localizações de mares e oceanos. Nele já estava estabelecida a existência do oceano do Sul como o quinto oceano da Terra. É preciso ter atenção ao fato de que nem todos os países reconhecem a existência desse oceano. Os Estados Unidos não reconhecem a IHO como o órgão responsável pela definição dos nomes e limites de mares e oceanos. Para eles somente o United States Board on Geographic Names pode fazer isso. Consequentemente, a National Geographic Society, dos Estados Unidos, também não reconhece a existência do oceano do Sul. Antes que a IHO tivesse criado o oceano do Sul, os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico eram considerados se estenderem até a Antártida. Assim, para os países que não reconhecem a existência do oceano do Sul, os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico continuam a banhar as costas da Antártida, como mostra o mapa ao lado. Além disso nem todos os países aceitam os limites do oceano do Sul propostos pela IHO. Segundo esta organização internacional o oceano do Sul é aquele que circunda o continente Antártico e está entre 60o de latitude sul e a costa desse continente. No entanto essa definição não é aceita universalmente. Por exemplo, embora a Austrália aceite a definição do oceano do Sul feita pela IHO eles incluem nesse oceano todo o corpo de água que está entre a Antártida e as costas sul da Austrália e Nova Zelândia, marcando assim os seus mapas. Em particular, os mapas costeiros da Tasmânia e do sul da Austrália sempre dão o nome de "oceano do Sul", e não oceano Índico, às áreas de mar vizinhas.
Os mares
Definimos mares como sendo pequenas partes de um oceano parcialmente envolvidas por terra. Alguns mares também se encontram completamente cercados por terra. Os mares variam muito em tamanho. Os maiores mares existentes são o mar do Sul da China, o do Caribe e o Mediterrâneo. Além dos mares, o recorte dos litorais dos continentes dá origem a outros acidentes marítimos menores tais como golfos, estreitos, etc.
O fundo dos oceanos
A maior parte dos fundos dos oceanos da Terra permanece inexplorada e não mapeada. Entretanto, o que conhecemos mostra que os fundos dos oceanos possuem relevo diversificado. Os fundos dos oceanos não são inteiramente planos. Neles encontramos cordilheiras submarinas, montanhas isoladas e profundos vales que atingem surpreendentes profundidades. Aproximadamente metade das águas marítimas existentes no mundo têm mais de 3000 metros de profundidade. A profundidade média dos oceanos da Terra (não incluindo os mares que não estão conectados a eles) é de 3790 metros. O mapa abaixo mostra o relevo submarino existente no fundo do Oceano Pacífico.


Margeando os continentes encontramos relevos planos, as plataformas continentais, extensões submersas dos continentes que apresentam pequena declividade rumo ao alto mar. No oceano Atlântico a plataforma continental é contínua e larga. No litoral sudeste do Brasil a plataforma continental tem uma largura superior a 160 quilômetros. Já no oceano Pacífico a plataforma continental é bastante reduzida.


Sabemos que a plataforma continental terminou quando ocorre uma mudança acentuada na declividade do relevo. Essa transição é chamada de quebra da plataforma e marca o início do talude continental. O talude continental é marcado pela inclinação acentuada (1:40) na direção do fundo dos oceanos. Ele prossegue até o fundo dos oceanos, a profundidades da ordem de 3000 metros. Na base dos taludes continentais encontramos uma região de relevo irregular que chamamos de elevação continental ou sopé continental. Ela se estende de 3000 a 5000 metros e apresenta declividades intermediárias entre aquelas observadas nas plataformas e nos taludes continentais. Os oceanógrafos chamam de margem continental a esses três componentes do relevo oceânico ou seja, a plataforma, o talude e o sopé continental. Após a margem continental vem a chamada planície abissal. Elas são áreas extensas e muito profundas, que apresentam relevo relativamente plano. As planícies abissais se estendem da base das elevações continentais até os relevos íngremes e abruptos das cordilheiras oceânicas, em profundidades superiores a 5000 metros. As planícies abissais formam as maiores extensões dos relevos do fundo de todos os oceanos. Elas são localmente interrompidas pela presença de séries de montes submarinos, elevações existentes no fundo dos oceanos e que possuem alturas entre 200 e 1000 metros. Encontramos também no fundo dos oceanos montanhas submarinas, elevações isoladas que podem ter mais de 1000 metros de altura. As ilhas que vemos aflorar sobre as águas dos oceanos nada mais são do que as partes emersas das irregularidades que encontramos no relevo das planícies abissais. Encontramos ainda no fundo dos oceanos as cordilheiras oceânicas regiões montanhosas longas e contínuas, ladeadas pelas planícies abissais. Elas estão presentes em todos os oceanos e são resultados da ação das placas tectônicas no fundo do mar. As regiões centrais das cordilheiras oceânicas apresentam as maiores atividades tectônicas existentes nos fundos dos oceanos. O Oceano Atlântico é cortado por uma enorme cordilheira submarina chamada Dorsal ou Cadeia Meso-Atlântica que se estende da parte mais ao sul do globo terrestre até a Islândia, situada quase no Círculo Polar Norte. A Cadeia Meso-Atlântica é um sistema contínuo de montanhas submarinas que se estende por 84000 quilômetros. A crista dessa cordilheira é a linha média que divide o oceano Atlântico em duas partes. Ela é o limite geográfico de separação entre as placas tectônicas Sul-americana e Africana, que se deslocam com sentidos divergentes, de separação. A cordilheira Meso-Atlântica tem uma profundidade que varia entre 1800 e 3000 metros. Ela possui uma largura entre 100 e 400 quilômetros. No eixo dessas montanhas, a região central da crista, verificou-se a existência de uma grande depressão, o "rift valley". Essa depressão tem 25 a 60 quilômetros de largura e alcança profundidades de até 4000 metros. A Cadeia Meso-Atlântica é uma zona de forte atividade sísmica e vulcânica. Existem alguns locais no fundo dos oceanos onde a profundidade é surpreendentemente grande. A esses abismos submarinos damos o nome de fossas submarinas. As fossas submarinas ou oceânicas são depressões alongadas e muito estreitas com lados que apresentam altas declividades. A maior profundidade existente nos oceanos da Terra encontra-se na região das ilhas Salomões, no Oceano Pacífico. Nela está a "fossa da Mariana", cuja maior profundidade é a "Challenger Deep" com 10924 metros.


O mapa abaixo mostra as bacias dos oceanos terrestres mapeadas com altímetros a bordo de satélites. Qualquer característica com mais de 10 quilômetros existente no leito dos oceanos foi detectada devido à distorção gravitacional que ela provoca na superfície do mar. Esse trabalho foi feito pela agência norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).

As correntes oceânicas

Em todos os oceanos da Terra existem partes do seu meio líquido que apresentam um deslocamento quase permanente em uma determinada direção preferencial. A esses "rios" que se situam dentro da massa líquida dos oceanos damos o nome de correntes. As correntes oceânicas possuem tamanhos variados tanto em largura como em extensão. Muitas delas são capazes de fluir por milhares de quilômetros tanto ao longo dos oceanos como atravessando-os. No hemisfério norte a circulação oceânica de superfície ocorre no sentido horário enquanto que no hemisfério sul ela se dá no sentido anti-horário. Mostramos abaixo dois mapas históricos que apresentam as correntes marítimas. O primeiro deles data de 1911. O outro mapa foi feito em 1943.


As correntes oceânicas são muito importantes na modificação do clima de diversas regiões do planeta. No hemisfério norte são as correntes de água quente que se deslocam para o norte as responsáveis por termos regiões em latitudes extremas com clima bem mais ameno do que se elas não existissem. Além disso, as correntes oceânicas também são responsáveis pela dispersão de muitas formas de vida pelos oceanos da Terra. Na parte sul do oceano Atlântico existe a chamada Corrente de Benguela, uma corrente de água fria que percorre as costas da África até a altura de Angola. À medida que ela se aproxima de latitudes menores sua água vai absorvendo calor. Quando está próxima ao Equador da Terra, essa corrente desloca-se na direção ocidental gerando a chamada Corrente Sul Equatorial. Essa corrente se desloca até o litoral nordeste do Brasil. A partir daí ela vai para o sul com o nome de Corrente do Brasil, uma corrente formada por águas quentes. Essa Corrente do Brasil se estende por quase toda a margem continental brasileira.

A composição da água dos oceanos

A água dos oceanos é uma solução complexa. No entanto, de modo geral, há uma agradável uniformidade na sua composição química em todos os oceanos da Terra. A água dos oceanos difere da água fresca tanto pela concentração mais alta de componentes dissolvidos como pelas propriedades físicas que dependem desses componentes dissolvidos. A massa total, em gramas, de todas as substâncias sólidas dissolvidas em um quilograma de água do mar era a medida original do conteúdo de sal nessa água. A isso os cientistas davam o nome de salinidade. A salinidade é, em geral, medida em termos de "partes por milhar". Abreviadamente isso é escrito como "o/oo". A salinidade média global das águas dos oceanos é cerca de 35 gramas por quilograma de água. Isso pode ser escrito como 35 o/oo ou então podemos dizer que os oceanos têm cerca de 3,5% de sal (por peso). Hoje, baseados no conhecimento de que a condutividade elétrica da água do mar é diretamente proporcional à salinidade, os cientistas medem a salinidade com medidores especiais de condutividade, tanto no mar como nos laboratórios.

Por que a água dos oceanos é salgada?

À medida que a água flui nos leitos dos rios ela arranca pequenas quantidades de sais minerais das rochas e do solo que formam os leitos dos rios. Isso faz com que a água dos rios seja muito levemente salgada. Ao desaguarem nos mares e oceanos, a água dos rios deposita neles seus componentes salgados em suspensão. A água que forma os mares e oceanos somente é retirada deles por meio de evaporação ou pelo congelamento nas regiões polares. No entanto, o sal permanece dissolvido nos oceanos e mares uma vez que ele não evapora. Assim, à medida que o tempo passa a água dos mares e oceanos passou a ser cada vez mais salgada. A salinidade ou seja, o conteúdo de sal, existente na água dos oceanos varia. Os oceanos e mares contém aproximadamente 5 x 1016 toneladas de sal. Uma medida de 0,028 metros cúbicos (que corresponde à medida inglesa de um pé cúbico) de água do mar média (ou seja, retirada de algum lugar sem grande salinidade) contém 0,9988 quilograma (correspondente à medida inglesa de 2,2 pounds) de sal. A água mais salgada que existe no nosso planeta está no mar Vermelho e no Golfo Pérsico. Nesses lugares encontramos uma salinidade de cerca de 40 o/oo. Isso é devido às taxas de evaporação muito rápidas existentes nesses locais assim como ao pequeno influxo de água fresca nessas duas regiões. Os mares menos salgados estão nas regiões polares onde tanto o derretimento do gelo polar assim como a grande quantidade de chuva diminui a salinidade.



As principais propriedades físicas da água oceânica

As principais propriedades físicas da água dos oceanos variam muito entre as várias localizações onde elas são medidas. Isso se deve ao fato de que, como já dissemos, a água do mar contém muitas substâncias dissolvidas assim como pequenas partículas em suspensão. Além disso, ela está sumetida a amplos intervalos de temperaturas e pressões dependentes da profundidade analisada. Devido a isso, os cientistas consideram como principais as seguintes propriedades físicas da água dos oceanos:

  • densidade
  • velocidade do som
  • penetração da luz: A medição da intensidade luminosa sobre a superfície dos oceanos depende de vários fatores entre eles a altitude do Sol, a transparência da atmosfera, a cobertura de nuvens e as perturbações climáticas. A luz solar incidente sobre a superfície dos oceanos é refratada e penetra na água, com uma pequena quantidade sendo refletida de volta para a atmosfera. Ao passar através da água, a luz solar é dispersada às expensas de absorção e dispersão. Mais de 60% da energia luminosa transmitida é absorvida no metro superior da água do mar. Em profundidades superiores a 1000 metros, em algumas ocasiões, foi detectada a presença de luz mas somente com o auxílio de equipamentos bastante sensíveis. Dependendo das condições de iluminação da superfície do oceano e da transparência e claridade da água, é possível distinguir objetos até a profundidades de 300 metros a partir de um submersível tripulado.
  • temperatura do ponto de congelamento

Qual a cor da água dos oceanos?

Sabemos que a parte visível da luz solar é formada por um conjunto de comprimentos de onda que caracterizam as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, as chamadas "cores do arco-íris". Essa é uma parte do espectro solar. Quando a luz solar incide sobre os oceanos os vários comprimentos de onda que a formam são dispersados e desigualmente absorvidos pela água. A estrutura espectral da luz solar muda com o aumento do profundidade. A parte da radiação visível de grande comprimento de onda, que caracteriza a cor vermelha, é completamente absorvida nas camadas superficiais da água. A parte predominante do espectro espalhado é aquela cujo comprimento de onda corresponde à cor "verde-índigo". Em grandes profundidades somente a parte da radiação visível de comprimento de onda curto, que caracteriza a cor azul, consegue penetrar. Parte da luz solar incidente sobre o espelho de água é refletido por essa superfície, refletindo a cor azul do céu. No entanto, parte da radiação solar visível incidente penetra na água e é espalhada pelas ondulações e partículas ali existentes. Isso tinge os oceanos com a cor dessas partículas. Na água mais profunda a maior parte da radiação solar é espalhada pelo oxigênio existente na água e isso espalha mais ainda os comprimentos de onda relativos à cor azul. Algumas vezes outros fatores influenciam a cor da água dos mares. Por exemplo, o mar Vermelho frequentemente parece ser vermelho devido às algas vermelhas que ali vivem. O mar Negro parece ser quase negro por que ele tem uma alta concentração de sulfureto de hidrogênio (H2S), um gás que tem o cheiro de ovo podre e que parece negro.

A relação entre a vida existente na Terra e os oceanos

Os oceanos existentes no nosso planeta constituem um caso único no Sistema Solar. Nenhum outro corpo celeste entre todos os que existem no Sistema Solar, seja planeta, satélite natural, asteróide ou cometa, possui água em estado líquido. A Terra é o único planeta desse sistema em cuja superfície existe água em forma líquida. Existem provas de que planetas como Marte possuem água na forma de gelo e que, provavelmente, a tiveram em estado líquido num passado recente (sob o ponto de vista astronômico). A nossa Lua também possui água na forma de gelo mas não no estado líquido. Outros corpos celestes, como por exemplo, Europa, um dos satélites naturais de Júpiter, provavelmente possui oceanos abaixo de sua superfície. Em Titã, um dos satélites de Saturno, também deve haver oceanos. No entanto, em vez de água, esses oceanos devem ser formados por metano ou etano líquidos. A água líquida é, certamente, essencial para a vida como nós a conhecemos. Sabemos que a vida na Terra se originou nos mares. Ainda hoje os oceanos continuam a ser o lar de uma enorme diversidade de seres vivos. Graças aos oceanos a vida não desapareceu da Terra durante os vários processos de extinções em massa que ocorreram ao longo de sua existência.

O ciclo da água
O constante intercâmbio de água entre os vários reservatórios que existem no nosso planeta realiza o chamado ciclo da água ou ciclo hidrológico. Esse ciclo é iniciado pela energia solar e representa o processo mais importante da dinâmica externa da Terra. Partindo do volume total de água relativamente constante que existe na Terra, podemos acompanhar o ciclo hidrológico, que se inicia com o fenômeno da precipitação meteórica. Essa precipitação representa a condensação de gotículas a partir do vapor de água presente na atmosfera, dando origem à chuva. Quando o vapor de água transforma-se diretamente em cristais de gelo e estes, por aglutinação, atingem tamanho e peso suficientes, a precipitação ocorre sob forma de neve ou granizo, responsável pela geração e manutenção do importante reservatório de água doce representado pelas geleiras nas calotas polares e nos cumes de montanhas. Parte dessa precipitação retorna quase imeditamente para a própria atmosfera devido à evaporação direta que ocorre durante o percurso dessa água em direção à superfície terrestre. A essa fração evaporada na própria atmosfera devemos acrescentar o vapor de água formado sobre o solo e aquele liberado pela atividade biológica de organismos, principalmente as plantas, através da respiração. Esta soma de processos é chamada de evapotranspiração. Nele a evaporação direta é causada pela radiação solar e vento, enquanto a transpiração depende da vegetação local. A evapotranspiração em áreas florestadas de clima quente e úmido devolve à atmosfera até 70% da precipitação. Em ambientes glaciais o retorno da água para a atmosfera ocorre pela sublimação do gelo, na qual a água passa diretamente do estado sólido para o gasoso, pela ação do vento. Em regiões florestadas, uma parcela da precipitação pode ser retida sobre folhas e caules, e só irá sofrer evaporação mais tarde. Esse processo é chamado de interceptação. Com a movimentação das folhas pelo vento, parte da água retida continua seu trajeto para o solo. A interceptação, portanto, diminui o impacto das gotas de chuva sobre o solo, reduzindo sua ação erosiva. Uma vez atingido o solo, dois caminhos podem ser seguidos pela gotícula de água. O primeiro é a infiltração que depende principalmente das características do material que cobre o solo. A água de infiltração, guiada pela força gravitacional, tende a preencher os vazios no subsolo, penetrando cada vez mais profundamente, e terminando por abastecer o corpo de água subterrânea.
A segunda possibilidade ocorre quando a capacidade de absorção de água pela superfície é superada e o excesso de água inicia o escoamento superficial, impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas. Este escoamento inicia-se através de pequenos filetes de água, efêmeros e disseminados pela superfície do solo, que convergem para os córregos e rios, constituindo o que chamamos de "rede de drenagem". O escoamento superficial, com raras exceções, tem como destino final os oceanos. É bom lembrar ainda que parte da água de infiltração retorna à superfície através de nascentes, alimentando o escoamento superficial. Ela também pode seguir rotas de fluxo mais profundas e lentas e reaparecer diretamente nos oceanos. Durante o trajeto geral do escoamento superficial nas áreas emersas e, principalmente na superfície dos oceanos, ocorre a evaporação da água. Isso realimenta o vapor de água atmosférico. Desse modo o ciclo hidrológico fica completo. Estima-se que os oceanos contribuem com 85% do total anual de água evaporada e os continentes com 15% por evapotranspiração.
O que faz surgirem ondas no oceano?
São os ventos que causam o aparecimento de ondas nas superfícies dos lagos, mares e oceano. Os ventos transferem parte de sua energia à água, através da fricção entre as moléculas do ar e as da água. A maior ou menor intensidade dos ventos fará o surgimento de grandes ou pequenas ondas, respectivamente, na superfície líquida dos mares ou oceanos. As imagens abaixo mostram ondas fortíssimas fotografadas no inverno de 1989 no oceano Atlântico norte.

Ao contrário do que somos levados a imaginar, as ondas nos mares e oceanos não representam fluxos de água. As ondas que se propagam em meios líquidos não se movem horizontalmente. Seu movimento é apenas na direção vertical, para cima e para baixo.
(FONTE: Disponível em: <http://www.on.br/revista/conteudo/nosso_planeta/mares/oceanos/oceanos.html>. Acesso em: 04/12/2005)
posted byDonarte N. dos Santos Jr.@domingo, dezembro 04, 2005  
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Algumas ideias que batizaram e permeiam o presente ciberespaço; pensamentos mais ou menos fixos que o autor tem:
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A Mitologia Grega...:

- “A Argo: Nave dos Argonautas, construída sob a direção de Minerva, nos bosques de Dodona. O termo significa ‘rápido.’

O Fernando Pessoa...:

- o seguinte poema do escritor português:


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. (Fernando Pessoa)



A antipatia a Nietzsche...:

- Parece poder ser possível usar o Nietzsche contra ele mesmo: "Nietzsche vs Nietzsche", pois o que ele escreve, se bem analisado, é contraditório (no mal sentido do termo). Assim, isso é bem possível de ser feito...

A contra-argumentação aos céticos...:

- “Só se poderia negar a validez à demonstração se se provasse, com absoluta validez, que o homem nada pode provar com absoluta validez” (SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta. São Paulo: É Realizações, 2009, p. 61).

 
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    Nome:
    Donarte N. dos Santos Junior
    Residente em:
    Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
    Formação:
    - É Licenciado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Especialista no Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
    - É Mestre em Educação em Ciências e Matemática (PUCRS).
    - É Mestrando em Filosofia (PUCRS).
    Atuação Profissional:
    - Foi Técnico em Geoproce ssamento do L/li/liaboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento (LTIG) da PUCRS.
    - É Professor da Prefeitura Municipal de Porto ALegre.
    Título da primeira dissertação de mestrado:
    “Geografia do espaço percebido: uma educação subjetiva”, que alcançou grau máximo obtendo nota 10,0.

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